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março 27, 2010

Roubo de Água no Brasil!!!

Estão roubando a nossa água!!!

Navios-tanque traficam agua de rios da Amazonia

Por Chico Arao, da Agencia Amazonia


E assustador o trafico de agua doce no Brasil. A denuncia esta na revista juri­dica Consulex 310, de dezembro do ano passado, num texto sobre a Organizaçao Mundial do Comercio (OMC) e o mercado internacional de agua. A revista denuncia: "Navios-tanque estao retirando sorrateiramente agua do Rio Amazonas". Empresas internacionais ate ja criarem novas tecnologias para a captaçao da agua. Uma delas, a Nordic Water Supply Co., empresa da Noruega, ja firmou contrato de exportaçao de agua com essa tecnica para a Grecia, Oriente Medio, Madeira e Caribe.

Conforme a revista, a captaçao geralmente e feito no ponto que o rio desagua no Oceano Atlantico. Estima-se que cada embarcaçao seja abastecida com 250 milhoes de litros de agua doce, para engarrafamento na Europa e Oriente Medio. Diz a revista ser grande o interesse pela agua farta do Brasil, considerando que e mais barato tratar aguas usurpadas (US$ 0,80 o metro cubico) do que realizar a dessalinizaçao das aguas oceanicas (US$ 1,50).

Ha tres anos, a Agencia Amazonia tambem denunciou a pratica nefasta. Ate agora, ao que se sabe nada de concreto foi feito para coibir o crime batizado de hidropirataria. Para a revista Consulex, "essa pratica ilegal nao pode ser negligenciada pelas autoridades brasileiras, tendo em vista que sao considerados bens da Uniao os lagos, os rios e quaisquer correntes de agua em terrenos de seus domi­nio" (CF, art. 20, III).

Outro dispositivo, a Lei nº 9.984, de 17 de julho de 2000, atribui a Agencia Nacional de aguas (ANA), entre outros orgaos federais, a fiscalizaçao dos recursos hi­dricos de domi­nio da Uniao. A lei ainda preve os mecanismos de outorga de utilizaçao desse direito. Assinado pela advogada Ilma de Camargos Pereira Barcellos, o artigo ainda destaca que a agua e um bem ambiental de uso comum da humanidade. E recurso vital. Dela depende a vida no planeta. Por isso mesmo impoe-se salvaguardar os recursos hi­dricos do Pai­s de interesses economicos ou politicos internacionais, defende a autora.

Segundo Ilma Barcellos, o transporte internacional de agua ja e realizado atraves de grandes petroleiros. Eles saem de seu pai­s de origem carregados de petroleo e retornam com agua. Por exemplo, os navios-tanque partem do Alaska, Estados Unidos, primeira jurisdiçao a permitir a exportaçao de agua com destino a China e ao Oriente Medio carregando milhoes de litros de agua.

Nesse comercio, ate uma nova tecnologia ja foi introduzida no transporte transatlantico de agua: as bolsas de agua. A tecnica ja e utilizada no Reino Unido, Noruega ou California. O tamanho dessas bolsas excede ao de muitos navios juntos, destaca a revista Consulex. Sua capacidade [a dos navios] e muito superior a dos superpetroleiros. Ainda de acordo com a revista, as bolsas podem ser projetadas de acordo com  necessidade e a quantidade de agua e puxadas por embarcaçoes rebocadoras convencionais.

Ha seis anos, o jornalista Erick Von Farfan tambem denunciou o caso. Numa reportagem no site eco21 lembrava que, depois de sofrer com a biopirataria, com o roubo de minerios e madeiras nobres, agora a Amazonia esta enfrentando o trafico de agua doce. A nova modalidade de saque aos recursos naturais foi identificada por Farfan de hidropirataria. Segundo ele, os cientistas e autoridades brasileiras foram informadas que navios petroleiros estao reabastecendo seus reservatorios no Rio Amazonas antes de sair das aguas nacionais.

Farfan ouviu Ivo Brasil, Diretor de Outorga, Cobrança e Fiscalizaçao da Agencia Nacional de aguas. O dirigente disse saber desta açao ilegal. Contudo, ele aguarda uma denuncia oficial chegar a entidade para poder tomar as providencias necessarias. Assim teremos condiçoes legais para agir contra essa apropriaçai indevida, afirmou.

O dirigente esta preocupado com a situaçao. Precisa, porem, dos amparos legais para mobilizar tanto a Marinha como a Poli­cia Federal, que necessitam de comprovaçao do ato criminoso para promover uma operaçao na foz dos rios de toda a regiao amazonica proxima ao Oceano Atlantico. Tenho ouvido comentarios neste sentido, mas ainda nada foi formalizado, observa.

*aguas amazonicas*

Segundo Farfan, o trafico pode ter ligaçoes diretas com empresas multinacionais, pesquisadores estrangeiros autonomos ou missoes religiosas internacionais. Tambem lembra que ate agora nem mesmo com o Sistema de Vigilancia da Amazania (Sivam) foi possi­vel conter os contrabandos e a interferencia externa dentro da regiao.

A hidropirataria tambem e conhecida dos pesquisadores da Petrobras e de Orgaos publicos estaduais do Amazonas. A informaçao deste novo crime chegou, de maneira nao oficial, ao Instituto de Proteçao Ambiental do Amazonas (IPAAM), orgao do governo local. Uma mobilizaçao ate o local seria extremamente dispendiosa e necessitariamos do auxilio tanto de outros orgaos como da comunidade para coibir essa praticas, reafirmou Ivo Brasil.

A captaçao e feita pelos petroleiros na foz do rio ou ja dentro do curso de agua doce. Somente o local do desague do Amazonas no Atla¢ntico tem 320 km de extensçao e fica dentro do territorio do Amapa. Neste lugar, a profundidade media e em torno de 50 m, o que suportaria o transito de um grande navio cargueiro. O contrabando e facilitado pela ausencia de fiscalizaçao na area.

Essa agua, apesar de conter uma gama residual imensa e a maior parte de origem mineral, pode ser facilmente tratada. Para empresas engarrafadoras, tanto da Europa como do Oriente Medio, trabalhar com essa agua mesmo no estado bruto representaria uma grande economia. O custo por litro tratado seria muito inferior aos processos de dessalinizar aguas subterraneas ou oceanicas. Alem de livrar-se do pagamento das altas taxas de utilizaçao das aguas de superfi­cie existentes, principalmente, dos rios europeus. Abaixo, alguns trechos da reportagem de Erick Von Farfan:

O diretor de operaçoes da empresa Ãguas do Amazonas, o engenheiro Paulo Edgard Fiamenghi, trata as aguas do Rio Negro, que abastece Manaus, por processos convencionais. E reconhece que esse procedimento seria de baixo custo para paises com grandes dificuldades em obter agua potavel. Levar agua para se tratar no processo convencional e muito mais barato que o tratamento por osmose reversa, comenta.

Salve lembrar que tambem ha nessa açao o roubo de seus organismos vivos. Podem estar levando agua, peixes ou outras especies e isto envolve diretamente a soberania dos paises na regiao, argumentou Martini.

E nós, o que vamos fazer sabendo disso???

março 26, 2010

A Pobreza dos Ricos

Recebi este texto por e-mail, é de Cristovam Buarque, e penso que ele incita uma reflexão interessante. Não se trata de uma apologia a pobreza, mas um debate sobre a desigualdade. Boa leitura! A POBREZA DOS RICOS Escrito por Cristovam Buarque* 30 Março, 2005
Em raros países os ricos dispõem de tanta ostentação quanto no Brasil. Apesar disso, os ricos brasileiros são pobres. São pobres porque compram sofisticados automóveis importados, com todos os exagerados equipamentos da modernidade, mas ficam horas engarrafados ao lado dos ônibus de subúrbio. E as vezes são assaltados, seqüestrados e mortos nos sinais de trânsito. Presenteiam belos carros a seus filhos, mas não dormem tranqüilos enquanto eles não chegam em casa. Pagam fortunas para construir modernas mansões, desenhadas por arquitetos de renome, e são obrigados a escondê-las atrás de muralhas, como se vivessem nos tempos dos castelos medievais. Os ricos brasileiros usufruem privadamente de tudo que a riqueza lhes oferece, mas vivem encalacrados na pobreza social. Nas sextas-feiras, saem de noite para jantar em restaurantes tão caros que os ricos da Europa não poderiam freqüentar, mas perdem o apetite diante da pobreza que por perto arregala os olhos pedindo um pouco de pão; ou são obrigados a comer em restaurantes fechados, cercados e protegidos por policiais privados. Quando terminam de jantar escondidos, são obrigados a tomar o carro na porta, trazido por um manobrista, sem o prazer de caminhar pela rua, ir a um cinema ou teatro e seguir até o bar preferido para conversar sobre o que viram. Não é raro que o rico seja assaltado antes de terminar a refeição, ou no caminho de casa. Quando isto não acontece, a viagem é um susto até quando abre-se o portão automático, como as antigas pontes levadiças dos castelos medievais. E, às vezes, o susto continua dentro de casa. Os ricos brasileiros são pobres de tanto medo. Por mais riquezas que acumulem no presente, são pobres na falta de segurança para usufruir seu patrimônio e no susto permanente diante das incertezas em que os filhos crescerão. O rico brasileiro fica menos rico de tanto gastar dinheiro apenas para corrigir os desacertos criados pela desigualdade que suas riquezas provocam em termos de insegurança e ineficiência. No lugar de usufruir de todo o seu dinheiro, é obrigado a gastar uma parte dele para proteger-se de perdas que sua riqueza provoca. Por causa da pobreza ao redor, os ricos brasileiros vivem um paradoxo: para ficarem mais ricos têm que ficar mais pobres, gastando cada vez mais dinheiro apenas para se proteger da realidade hostil e ineficiente. Quando viajam ao exterior, se tiverem um mínimo de informação, os ricos sabem que no hotel onde se hospedarão serão vistos como destruidores de florestas na Amazônia, usurpadores da maior concentração de renda no planeta, assassinos de crianças na Candelária, portadores de malária, dengue, verminose. São ricos empobrecidos pela vergonha que sentem ao serem vistos pelos olhos estrangeiros. Porém, a maior pobreza dos ricos brasileiros encontra-se em sua incapacidade de enxergar a riqueza que há nos pobres. Foi esta pobreza de visão que impediu os ricos brasileiros de perceberem, há cem anos, a riqueza que havia nos braços dos escravos libertos se lhes fosse dado o direito de trabalhar a imensa e ociosa terra de que o país dispunha. Se tivessem percebido esta riqueza e libertado a terra junto com os escravos, os ricos brasileiros teriam abolido a pobreza que os acompanha ao redor da riqueza. Se os latifúndios tivessem sido colocados à disposição dos braços dos ex-escravos, a riqueza criada teria chegado aos ricos de hoje, que viveriam em cidades sem o peso da imigração descontrolada, com uma população sem miséria. A pobreza de visão dos ricos impediu-os de ver a riqueza que há na cabeça de um povo educado. Ao longo de toda a nossa história, os nossos ricos abandonaram a educação do povo, desviaram os recursos para criar a riqueza só deles e ficaram pobres: contratam trabalhadores com baixa produtividade, investem em modernos equipamentos e não encontram quem os saiba manejar, vivem rodeados de compatriotas que não sabem ler o mundo ao redor. Muito mais ricos seriam os ricos se vivessem em uma sociedade onde todos fossem educados. Achando que ao comprar água mineral se protegiam das doenças dos pobres, os ricos construíram viadutos para seus carros com o dinheiro que teria permitido colocar água e esgoto nas casas do povo. Montam modernos hospitais mas têm dificuldades para evitar infecções decorrentes da falta de esgotos nas cidades. Com a pobreza de achar que poderiam ficar ricos sozinhos, construíram um país doente e vivem no meio da doença. Há um grave quadro de pobreza entre os ricos brasileiros. E esta pobreza é tão grave que a maior parte deles não percebe. Por isso, a pobreza de espírito tem sido o maior inspirador das decisões governamentais das pobres elites ricas brasileiras. Se percebessem a riqueza potencial que há nos braços e nos cérebros dos pobres, os ricos brasileiros poderiam reorientar o modelo de desenvolvimento em direção aos interesses de nossas massas. Esta seria uma decisão que enriqueceria o Brasil inteiro, pois os pobres sairiam da pobreza e os ricos sairiam da vergonha, da insegurança, da ineficiência e da insensatez. Mas talvez isto seja querer demais. Os ricos são tão pobres que não percebem a triste pobreza em que usufruem suas malditas riquezas. * Do livro"Os Instrangeiros", de Cristovam Buarque; editora Garamond. Reprodução autorizada pela editora.
-- Se a gente cresce com os golpes duros da vida, também se pode crescer com toques suaves na alma..." Ruben Alves

março 25, 2010

ConVERSO com o corpo...

Parece febre, o corpo dói, a garganta arranha! A pulsão escapa pelos poros e a energia vital parece fraca... O que me faz sentir assim? É físico, orgânico... É cansaço misturado com desprazer! É cansaço ruim!