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abril 29, 2008

Ainda sobre Esaú!!!

Se você acompanhou o post anterior contei a história apresentada no programa do Fausto Silva no domingo que passou. Ahistória de Esaú o garoto que foi aprovado no vestibular de medicina e suas circunstâncias.
Bem, naquele post me dediquei a apresentar a história e fazer alguma referência à importância da educação. Hoje gostaria de refletir um pouco mais, sobretudo pensando nos meus alunos, antigos colegas universitários e conhecidos que estudam, estudaram e por mais difícil que sejam as possibilidades para estudar, esta prática é corrente para estes, é um fazer cotidiano desde tenra idade. Mas a questão não é esta, o fato é que muitos deste que conheço não valorizam, não gostam, não enchergam função na educação e estes serão o futuro!
Caramba, como isso pode acontecer! Passam uma vida toda na escola, depois na universidade e ainda pensam que estudar é coisa chata, desnecessária! Onde está o problema?
Bem se tomarmos como referência a história de Esaú veremos que o cerne da questão reside a família, no incentivo, na oportunidade, no desejo e no exemplo. Mas será que os pais de meus alunos, de meus colegas, não incentivam, não motivam, não dão exemplo? Mas eles se sacrificam para pagar a faculdade?!
Talvez esses pais que falo não tenham uma coisa que na família de Esaú sobra, o amor, o afeto, o carinho, a união e a esperança, a crença de que estudando a vida pode ser diferente, e como diz o pai de Esaú "estamos no caminho do sucesso". Eles acreditam na educação como possibilidade de vencer. E cada dia mais acredito que este seja o caminho mesmo, o caminho que possibilita crescer culturalmente, mentalmente, criticamente.
Quando ouço histórias comoa de Esaú e sua família, minhas esperanças se renovam por perceber que não estou só neste fazer, nesta prática, nestes sonho de um mundo melhor, sendo a educação o caminho. É uma pena que neste sonho aparece com força o exercício do poder e a luta de alguns em exercer esse poder ao máximo possível, máximo que só se conhece pelo exercício, pela sua prática.
Mas, mesmo que seja assim, a educação possibilita que tal exercício seja praticado por todos aqueles que conhecem, que sabem, que tem cultura, sabedoria e para isso retorna a necessidade de educação, seja formal, informal, autodidata, enfim, conhecimento!
Fica o convite, vamos ler livros, desligar a TV, por apenas 30 minutos por dia, para que possmos devorar livros, palavras, páginas, e fiquemos nutridos de conhecimento!
*Foto da pintura - "Leitura" de Renoir.
PS: Neste sentido estou amadurecendo uma idéia, um projeto, ele versa, ou melhor visará estimular a leitura, o obejtivo é deixar livros pela cidade com um folder explicativo que em síntese dirá - "LEIA O LIVRO, PREENCHA A FICHA NO FINAL DO MESMO E DEPOIS DEIXE-O PARA QUE OUTRA PESSOA SINTA PRAZER AO LER, PARTICIPE DESTA CORRENTE!"
A FICHA NO FINAL DO LIVRO É O DIÁRIO DE VIAGEM DESTE LIVRO.
Estou colocando aqui meu projeto, pois se for plagiado poderá sair ou ser executado antes que eu o faça e isso me deixará feliz!
Abraços

abril 28, 2008

Esaú - Uma história de lutas e conquistas!!!

O post de hoje vai tratar da história de Esaú. Calma, não se trata da história bíblica dos irmãos Esaú e Jacó, mas da história de um garoto cearense que foi aprovado no vestibular de medicina da universidade estadual do Ceará em primeiro lugar. Não fosse o lugar e a família de onde ele saiu, consideraria algo natural, mas feitos como o desse garoto precisam ser reverenciados e falados sempre para que se tornem exemplos. Deixe-me contar um pouco da história para que possa apresentar minha reflexão.
Esaú, mora com seus pais, uma dona de casa que conseguiu concluir o ensino médio e até entrou na faculdade mas precisou parar de cursar em função da falta de dinheiro para manter. Seu pai, um roceiro que leva a vida plantando aquilo que sua família consome. Ah! não podemos esquecer do filho Jacó, o mais velho dos dois. A renda familiar, algo em torno de R$ 140,00 mensais, parte vem da venda de perfumaria que a mãe faz como "consultora" da AVON, e outra parte do Bolsa Família.
A residência fica no meio do "nada" no interior do Ceará. Casa humilde, hoje de material, mas durante muito tempo foi de madeira. Em seu interior uma pequena cozinha, um banheiro, e os quartos. A energia elétrica é suficiente para que se possa enxergar a noite, mas precária. Não preciso falar que é uma estrada de terra que se transforma em lamaçal quando chove.
Se parassemos por aqui na história e eu não tivesse referido no início que Esaú foi aprovado no vestibular de medicina, naturalmente vocês estariam pensando que se trata de uma história de trabalho infantil, ou qualquer coisa do gênero. Mas é o contrário, trata-se de um exemplo para todos nós. Exemplo que precisa aparecer na mídia, para que possamos mudar o nosso país, mudança que só acontecerá com a Educação. Mas deixe-me continuar com a história.
Esaú e seu irmão, sempre foram incentivados pelos seus pais a estudar. Os pais sempre falaram a eles que a educação é o único meio de melhorar de vida e os irmãos acreditaram nas palavras dos pais. Lembre-se, a mãe havia estudado, o pai apenas fez o ensino fundamental, mas ambos tinham um hábito, ler, o pai lia a bíblia e foi incrível ouví-los falar, frases construídas de uma maneira que dá inveja a muito professor, uma organização de pensamento admirável.
Como a escola era fundamental, os pais nunca deixaram os meninos trabalharem na roça, se sacrificavam, mas educar os filhos é lhes dar possibilidade de crescer, de se desenvolver e foi o que fizeram, trabalhavam, lutavam para que seus filhos pudessem estudar e foi o que os garotos fizeram e muito bem.
Esaú sem cursinho pré-vestibular foi aprovado em primeiro lugar em medicina na Universidade Estadual do Ceará, passou ainda no vestibular de farmácia e de engenharia química. Seu irmão cursa Ciências Sociais e seus pais dão uma lição para todos nós. Ensinaram seus filhos a batalhar, a estudar, e ser alguém com educação. Deram a eles o maior capital que uma pessoa pode ter, cultura, informação, educação. Lutaram, bravamente e como disse o pai, "estamos no caminho para o sucesso".
Esaú, agradece aos pais a garra que tiveram e tem para que os filhos estudem, tem uma relação linda com eles e com o irmão, lembra dos amigos de turma, dos locais onde faz estágio, enfim, não passa por cima de ninguém em função de suas conquistas. É uma família que é atendida pelos benefícios do governo federal, mas não vive em função de projetos assistencias. Com dignidade, e sabedoria invejáveis, educaram seus filhos, e trouxeram neste domingo uma mensagem e ensinamento incrível para que as famílias busquem na educação o "remédio" aos males, a "cura" para a ignorância e a medalha da vitória!
Parabéns Esaú, parabéns aos pais de Esaú. Viva à Educação, o caminho para desenvolver o mundo de maneira sustentável.
Abraços a todos!

abril 23, 2008

O dia dele - o livro!

Olá Pessoal!!!
Hoje é necessário fazer alguma consideração sobre este dia em que comemoramos o dia do livro. Um objeto inanimado, que traz alegrias, conhecimento, descobertas, realiza sonhos, possibilita a vivência de fantasias, permite gravar a história que perdura por séculos, milênios.
Livro que promove a educação. Sem ele nada seríamos!
Mas, apesar de tudo isso e muito mais que ele nos possibilita, na maioria das vezes, nas nossas casas, ele serve como objeto de decoração, como segurador de porta, sem ter a possibilidade de realizar a função para que foi programado, ensinar, levar o conhecimento, o entretenimento, a fantasia, a descoberta, o prazer de uma boa leitura.
O hábito do brasileiro é de "folhar" os canais de televisão, poucos aqueles que a desligam para fazer a leitura de um livro, parece que fazer isso dá trabalho, na TV está pronto, existe quem lê, quem diz o que pensar, o que fazer. O livro não! Ele traz a informação, mas é você que a constrói, quem a interpreta, quem a compreende.
Ler amigos, ler! Uma das maravilhas do cérebro e do humano e deixamos essa maravilha de lado!
Faço um convite aqui, pegue um livro e toda noite, leia duas páginas, mas vamos combinar o seguinte, termine a leitura de todo esse livro que escolheu. Tenho certeza que uma mágica acontecerá! Qual? A mágica da descoberta de um prazer fantástico que o livro proporciona na vida das pessoas. Verás que no final deste livro o desejo de iniciar a percorrer o caminho de novas páginas será natural. E outros livros chegarão. Nesse caminho poderás encontrar outros caminhantes que indicarão novos rumos (livros) e você também poderá indicá-los a estes outros caminhantes.
Ler proporciona liberdade para a mente, para a imaginação...é o exercício para que seus neurônios fiquem "sarados", com corpos maravilhosos, sua memória ficará "esbelta", será a top model...
Bem, essa é minha singela homenagem para o livro, este objeto cheio de animação, segredos e conhecimento que me auxilia na caminhada da vida. Esta também é uma homenagem aos amantes da leitura e também um convite a aqueles que ainda não a vivem ou não experimentaram.
Abraços a todos!

abril 18, 2008

Reflexões sobre o Álcool

Olá Pessoal!
Faz alguns dias que não escrevo, o tempo anda fugindo...
Agora são 23:39 de sexta-feira. Hoje fiz uma pequena viagem de minha cidade até uma cidade próxima, fazem algumas horas e me deparei com um local que passei por muitas vezes, mas hoje, talvez em função do horário que tenha passado (próximo das 19:30) ele me chamou a atenção.
Este lugar, trata-se de um bar na beira da estrada, localizado no andar térreo de uma casa mista (alvenaria e madeira). Em frente ao bar um redutor de velocidade (lombada). Por muitas vezes passei neste bar e não tinha me ocorrido o pensamento que me ocorreu hoje.
Pude observar, durante o curtíssimo espaço de tempo de passar a lombada vagarosamente com meu carro, que uma grupo de 4 a 7 homens estava no interior deste bar, bebendo, tomando um gole, aperitivando, enfim, consumindo álcool.
Ao observar essa cena, me ocorreu que estes homens, possivelmente estariam dirigindo-se para suas casas no final de um dia de trabalho. Mas o hábito, o prazer, o vício, os fez parar no bar tomar um trago. Que coisa engraçada, ouvimos falar muito através da mídia, do grande problema que assola a humanidade hoje, a droga (ilícita - maconha, cocaína, crack...) porém pouco e nada é dito sobre o álcool que destrói com os indivíduos, com seus lares, com suas famílias...
Enquanto pensava nestas coisas, me ocorreu uma lembrança. Há poucos dias fui ao mercado fazer compras cotidianas (pão, leite, suco, frutas...) e ao passar pelo setor de bebidas observei um repositor abastecendo a prateleira das cervejas. Pensei: "quantos litros dessa bebida e do álcool que a acompanha é consumido nesta cidade, no Estado, no país, no Mundo?" Bebida que é o centro de festas, comemorações, desilusões, medos, raiva. Como diz o ditado a tudo se dá uma razão/explicação para beber?
Que falta é essa que faz com que os seres agridam e auto-agridam lentamente em seus goles quinzenais, semanais, diários?
De que forma podemos mudar essa "regra" de adição que estamos vivendo?
Onde vamos chegar com isso?
E mais, vamos continuar falando somente do traficante, do drogadito (ilícito), das drogas ilícitas e assistindo a morte e a falência de indivíduos, lares e famílias em função do gole?
Será que o foco das comemorações, das festas vai continuar sendo a bebida, o álcool?
Reflexões amigos, reflexões sobre o álcool...
Talvez um pequeno foco de resistência...
Abraços a todos!
23:55

abril 10, 2008

Teoria e prática - um discurso que arrepia!

Olá Pessoal!
É bom saber que alguém, ai do outro lado para alguns segundos e lê as idéiais que seguidamente (pois não chega a ser diariamente) estou postando aqui.
Hoje (madrugada de quinta-feira) quero falar um pouco sobre um discurso que ouço recorridas vezes sobre a teoria e a prática. A frase é quase sempre a mesma, varia muito pouco, normalmente aparece quando estão, diferentes estudantes ou profissionais em formação discutindo sobre seus fazeres, suas práxis e lá pelas tantas a conversa toma o seguinte rumo "...mas veja bem, temos que ter clareza que a teoria é um coisa, a prática é outra...", ou, "no livro a 'coisa' aparece bem bonitinha, fácil de compreender, mas vai ver na prática como é!...". Esse é o discurso que arrepia e é sobe ele que quero falar.
Confesso que já parei várias vezes para tentar entender/compreender, o que as pessoas querem dizer, tanto que já cheguei a perguntar para alunos e também profissionais, sobre o que estariam se referindo, o que isso que falavam queria dizer, meu intuito era buscar saber se tal discurso tinha outro significado por trás que não estava conseguindo pegar, mas não, era o discurso e o significado puro "teoria uma coisa, para estudar, prática outra coisa sem relação com a teoria, algo para viver e praticar", mais ou menos isso.
Na minha luta incessante para compreender o que queriam dizer, cheguei a passar algumas horas em debates acirrados, mas sem muito êxito, tanto em modificar o pensamento dos meus interlocutores, quanto na insistência de acreditar que tais frases não diziam somente o manifesto, ou seja haveria algo por trás, mas que nada!
Agora que já contextualizei o espaço e o tema que estou tratando, deixe-me apresentar algumas idéias sobre o que penso a este respeito.
O discurso me arrepia, pois como professor universitário, fico pensando nos alunos que estamos formando. Sim, a universidade é o espaço da ciência, da teoria, da construção científica, do debate científica, da prática científica, enfim da ciência, neste sentido as teorias, sejam elas de qual área forem se apresentam, surgem, são elaboradas, testadas, aprovadas ou não, replicadas, enfim sofrem as sanções da ciência para que possam se sustentar. Ao fazer isso passam a ser discutidas, ensinadas, refletidas nos diferentes cursos de formação - quero aqui focalizar na psicologia que é minha área - e assim é feito por entender-se que é o processo natural e necessário para que a pessoa possa ao final de um curso de graduação dizer, no meu caso, sou psicólogo, ou engenheiro, advogado, médico, etc.
A teoria, ou as teorias são as pautas que nos guiam na práxis, guiam a nossa reflexão, guiam o nosso fazer. São elas que nos permitem avançar, retornar, pensar, praticar a ciência que escolhemos para fazer. Se entendemos desse jeito a teoria é o pano de fundo, é a linha mestre, é o alicerce de nossa prática, portanto não se pode dizer que teoria é uma coisa e a prática é outra, mas sim que a teoria é substrato, subsídio, é fundamental para a prática, ou seja, a prática, esta científica logicamente, é insustentável sem a teoria. Do contrário estamos fadados aos fazer através do achismo, da tentativa e erro, daquilo que imagino ser certo ou que me agrada.
Diante disso, analiso o discurso arrepiante como reflexo do desconhecimento das teorias. Alunos e profissionais que apresentam tais discursos, se questionados que teoria seguem, não serão capazes de explicar, pois não sabem, não (re)conhecem, o que seguem, aliás se forem "moralmente corretos" dirão que não seguem teoria, pois a prática é outra, ou seja, aquela que imaginam ser correta, porém sem pauta, sem subsídio científico para validar tal discurso e tal prática. Esse discurso pode ser encarado também como uma tendência do "comportamento de pouco estudo", ou seja, ele indica que o profissional, o aluno, é uma pessoa que não se atualiza, não busca pautar sua prática, na ciência e nos pressupostos teóricos que esta possui.
Eis um desabafo e um convite à reflexão!
Seria a teoria uma coisa e a prática outra? Não, este discurso não serve, ele arrepia, ele "mal-trata" a ciência, seu rigor na validação das teorias, dos saberes. Como disse antes, tenho como plano de fundo deste escrito a psicologia, seus alunos e profissionais, e aplicando esse discurso arrepiante o que se vê é uma PSICOLOGIA do ACHISMO, ou seja, ao serem questionados, os motivos de estarem fazendo (alunos ou profissionais) desse jeito, a resposta é a mesma "eu achei que seria melhor assim...", "penso que assim seja bom para este grupo...". Raros, mas fantásticos os casos em que se pauta o fazer cietificamente, como por exemplo "esta reação do grupo é típica do comportamento integrupal conforme as idéias de Kurt Lewin..." O discurso soa diferente, ele tem mais peso, tem consistência, está fundamentado.
Bem, pessoal, por hoje eram essas as idéias. Como o nome do blog diz, "palavras livres", os comentários a este post serão bem vindos, inclusive as contraposições!
Abraços!

abril 08, 2008

As (In)formações da Mídia

Olá pessoal! Fazem alguns dias que não escrevo neste espaço, mas as atividades estavam tomando todo o tempo disponível!
Na última semana a mídia tem inundado nossas casas com a morte de Isabella. A sensação que eu tenho é que a mídia, a população em geral quer achar um culpado para que a ansiedade e a raiva generalizada diminua. Não estou dizendo om isso que não fiquei horrorizado com o que aconteceu, o que quero refletir é esse movimento da mídia de buscar incessantemente um culpado ou até mesmo construí-lo. Não acho que a polícia está errada ao prender o pai e a madrasta, se isso foi feito para facilitar as investigações, que assim seja, porém a mídia pega idéias, partes de fatos, partes de discurso e vai elaborando, sugerindo, construindo uma idéia para a massa. Hoje considero a prisão do pai e da madrasta uma forma de garantir a sua vida, sim, porque, ainda que a polícia apareça alguns segundos em entrevistas falando que não se deve julgar antes que as análises e investigações tenham terminado, a população acabaria com a vida dos dois pelo construção feita pela mídia.
Esse movimento eu considero muito ruim, porém, consumimos isso sem reflexão, sem discussão e vamos seguindo. Uma mídia ética informaria os fatos, daria voz às partes sem incluir suas interpretações. Eis a questão a interpretação que a mídia faz dos fatos e divulga para a população! Na minha concepção a mídia deveria apresentar o fato o mais próximo dele, onde a interpretação seria de cada um que consome tal informação, mas não, consumimos interpretações e estas não apresentam rigor: como foi construida; porque dessa forma e não de outra; em que circunstâncias, etc.
Mas já que é assim, convido à sociedade para que reflita, discuta as (in)formações que a mídia apresenta.
Bom dia a todos!