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setembro 01, 2011

Quando a luz não ofusca...

Você já andou numa estrada com o sol em sua frente, ofuscando sua visão? Ou quando é noite e nesta mesma estrada dois carros se encontram em sentidos opostos com os faróis acesos na  intensidade máxima da luz? Apertamos os olhos só de lembrar destas situações, não é?!

Mas existem outros momentos em que a luz não ofusca a visão, pelo contrário ela permite que possamos enxergar, visualizar o outro, as coisas, os objetos.

Com esta metáfora da luz que ofusca, quero propor algumas reflexões sobre o humano, sobre o psíquico, sobre a psicoterapia.

Desde de o nascimento, e talvez até mesmo antes dele, nosso psiquismo vai se constituindo, inicialmente nos pais, e depois de recebermos a luz, em nós mesmos. O interessante é que vamos constituindo nosso modus operandi, que após instituído, nos faz ser o que somos e como encaramos tudo aquilo que nos acontece, e porque não dizer, tudo aquilo que fazemos com que aconteça com a gente.

Eis então que se estabelece, constitui-se, uma lógica de funcionamento que reverberará por toda a vida do sujeito. E o que isso tem a ver com a metáfora da luz?

Por vezes, estabelece-se uma lógica em que passamos a não perceber que a luz está a nos ofuscar, ofuscar a visão que temos do mundo, das coisas, dos outros, dos objetos. Tal ofuscamento, faz com que tendamos a repetir, repetir e repetir sem nos darmos conta. E ai é que entra a psicoterapia.

Esta ciência-arte-fazer, possibilita que desacortine-se a janela da alma para que esta possa ir sendo conhecida, significada, (re)significada e assim, a luz que ofuscava, não mais ofusca, e posso viver e sentir tudo aquilo que sou, que constituo, que vivo, sem necessariamente, repetir, repetir, numa fuga de si ou da verdade que se é.

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