Páginas

março 21, 2008

Repetição...

Olá Pessoal!
Durante muitos anos a aprendizagem foi pautada na repetição. Copiar, decorar, repetir, repetir, repetir. Este era o pressuposto de ensinar. Muitas teorias chegaram, viraram modismos, filosofias, métodos.
Mas a repetição que quero me referir aqui hoje, é um outro tipo de repetição, aquela não muito saudável às vezes. A tendência à repetição numa perspectiva psicológica. Me deixem explicar minimamente o termo. Desde o nascimento vamos aprendendo, desenvolvendo comportamentos, sobretudo, no relacionamento que é estabelecido com os nossos pais, como por exemplo, maneiras de lidar com a frustração, com os problemas, com as dúvidas, com as dificuldades. A repetição implica na realização destes comportamentos em novas situações, em novas relações. Talvez um exemplo facilite a explicação.
Digamos que um adolescente vive numa família em que o pai é alcoolista, a mãe extremamente omissa. Este adolescente, no cotidiano, solicita através de seus comportamentos, que seus pais coloquem limites para suas vivências, o que não acontece pela conjuntura familiar. Aliás estes pais gritam desrespeitosamente e sem autoridade nenhuma tentando limitar a ação do filho. Fiquemos com isso.
Esse adolescente vai para a aula e emite o mesmo comportamento gritando, bagunçando a aula e assim por diante (repetição). Por sua vez, a professora, grita com o aluno, tentando, também sem autoridade limitar a ação (errada) do aluno, o que não acontece.
Bem, aqui está a repetição, colocada de forma dupla. Primeiro o adolescente que repete seu comportamento. Segundo a professora que repete, sem saber, o comportamento dos pais, numa ação sem eficiência, que desgasta a relação, dificulta o desenvolvimento e a aprendizagem.
O que quero com este post é lembrar que os comportamentos emitidos, querendo ou não, positiva ou negativamente, são repetições. Nosso receptor precisa estar atento e inaugurar uma forma diferente de acolher tal repetição. Retomando o exemplo supracitado, a professora calmmente pode ouvir o adolescente, falar firme mas em volume normal, exigindo respeito, mas demonstrando respeito, inaugurando uma nova forma de relação e com isso auxiliar este adolescente, que sofre e pede limite, ensinado ou possibilitando uma nova forma de relação. Rompendo a repetição!
Isso é possivel, basta estar aberto à auxiliar o outro, aprender com o outro, desenvolver-se mutuamente, construir uma sociedade melhor.
Abraços!

Nenhum comentário: