Páginas

março 11, 2011

(In)certezas...

Penso que este seja o sinal que mais está presente na vida das pessoas hoje. Mas percebam que este ponto de interrogação que se faz tão presente no cotidiano, não diz respeito a um comportamento inteligente, intelectual ou científico de estar postado após um questionamento. Definitivamente não! Então, o que ele representa?

Temos vivido um mundo de incertezas, dúvidas, dúvidas, dúvidas, e tal símbolo representa tais incertezas. Vivemos um momento histórico em que grandes verdades estão por terra, já deixaram de ser grandes verdades pela liquidez que experimentamos no mundo, em todas as suas esferas. As principais instituições não mais estão sólidas, foram, de certa maneira, liquefeitas pelo tsunami que denominamos pós-modernidade. Se na modernidade tais instituições eram sólidas, apresentavam verdades, hoje, não mais o fazem, e quando tentam fazer, suas "verdades" são colocadas em cheque pelo mar do tudo pode, desde que traga prazer, não gere frustração e principalmente, exista lucro.

O livre mercado, começou a ditar um tipo de liberdade que podemos chamar de libertinagem e com isso a reflexão e a ética deixam de existir um vez que exigem tempo, coisa que hoje é mais que dinheiro! E voltando ao tema das incertezas, tal sensação, sentimento, experiência é tão marcante, se é que não podemos falar de traumatizante, que deixa os viventes num constante estado de alerta, pois algo pode acontecer, assim o comportamento comum apresenta o seguinte esquema, "não apegar-se, acreditar, desejar para muito longe, pois é tudo uma questão de tempo e vai passar", com isso o que temos são pessoas cada vez mais aceleradas, inclusive nos momentos de prazer, que hoje passam a estar colocados muito mais em coisas materiais, principalmente bens de consumo, do que em qualquer outro objeto.

Neste processo que parece sem fim - mais ou menos como o ciclo da água numa biota fechada no aquário que aprendemos a fazer na escola - vamos reafirmando uma certeza cada vez maior em nossos dias, qual seja, a incerteza e a experiência da incerteza tem nos feito sofrer e adoecer. Como processo, vamos inchando cada vez mais tal ciclo, fazendo com que se torne cada vez mais natural viver a incerteza sem ter pontos de referência ou verdades um pouco mais duradouras como outrora. Em outras palavras, alimentamos tal espaço social e modus vivendi da mesma forma que o espaço social e a cultura nele presente nos vai forjando e formando.

Até quando?

Nenhum comentário: