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abril 26, 2011

Ser professor...

Hoje vou me permitir postar dois textos no blog. O anterior eu reproduzi e pode ser lido abaixo o motivo da reprodução e este que você está começando a ler, quero pensar neste fazer que escolhi, que dedico horas de minha vida, que dá significado a minha existência e a de tantos pares, também professores.

Não quero pensar aqui nas queixas, nas dificuldades, nos dessabores, quero, carregado de orgulho e vaidade, falar apaixonadamente desta profissão, desta vocação, desta fazer, deste sujeito, deste ator, desta pessoa que é o professor e o ser professor.
E sabido que o trabalho do professor guarda belezas incríveis, deixe-me falar de algumas delas. Primeiro que temos a possibilidade de participar da construção dos que nos diferencia dos demais animais, o conhecimento, a linguagem, a cultura. Participamos da construção dos nossos alunos, mediando, auxiliando, provocando. Assim estamos juntos, quando inteiros no processo de ensino-aprendizagem, na constituição do humano, do aluno, daquele sujeito. E ao mesmo tempo nos estruturamos, aprendemos, constituímos.

Outro ponto fantástico, é poder participar, se não em todas, quase todas, fases do trabalho, desde o projeto até a contemplação, afinal somos ativos, se inteiros no processo, da primeira organização das aulas, durante sua execução e desenvolvimento, até o último dia do bimestre, semestre, ano letivo. Portanto somos uma classe trabalhadora que ainda tem chance de pensar e fazer, planejar e executar, e principalmente contemplar o resultado.
Podem estar pensando, "esse professor não está bem! Veja o que está dizendo, eu contemplar o tal Pedrinho, aquele aluno terrível-problema-incapaz". Saibam que estou com minhas faculdades mentais em bom estado que permitem afirmar, reiteradas vezes o que aponto acima. E sim, contemplar o Pedrinho aquele aluno, é também uma contemplação. Lembre, sou parte do processo, inclusive deste Pedrinho.

Com isso em mente o que objetivo provocar nos educadores é o resgate da importância, do valor, da sabedoria, da beleza, do romantismo de ser professor.
É fundamental acreditar nas utopias, buscar torná-las ativas, ou seja, fazê-las existir materialmente, da mesma maneira que não podemos esquecer das dificuldades e dilemas que o professor vive. Porém se gastarmos toda nossa energia na queixa, na crítica de consumo, lembrando das palavras de Zigmunt Bauman, sobrará pouco tempo para vivermos a experiência positiva de sermos professores e participarmos da vida e da constituição da vida.

Portanto professor, precisamos, a sociadade precisa, você precisa, acreditar na importância de ser um profissional-técnico-sábio-mestre da educação e do fazer em educação. É fundamental estar inteiro neste fazer, colocar-se, doar-se, queixar-se - mas mais do que queixar-se, criticar produtivamente, sendo um modelo diferente, positivo, ético, posicionado.

Fica meu convite para viver esta experiência!

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